01. A Máquina (Acordou)
Saber o que fazer
Com isto a acontecer
Num caso como o meu
Ter o meu amor
Para dar e pra vender
Mas sei que vou ficar
Por ter o que eu não tenho
Eu sei que vou ficar
à de pedir aos céus
A mim, a ti e a Deus
Que eu quero ser feliz
à de pedir aos céus
Porque este amor é meu
E cedo, vou saber
Que triste é viver
Que sina, ai, que amor
Já nem vou mais chorar
Gritar, ligar, voltar
A máquina parou
Deixou de tocar
Sentir e não mentir
Amar e querer ficar
Que pena é ver-te assim
Já sem saberes de ti
Rasguei o teu perdão
Quis ser o que já fui
Eu não vou mais fugir
A viagem começou
Porque este amor é meu
E cedo vou saber
Que triste é viver
Que sina, ai, que amor
Já nem vou mais chorar
Gritar, ligar, voltar
A máquina parou
Deixou de tocar
à de pedir aos céus
A mim, a ti e a Deus
Que eu quero é ser feliz
à de pedir aos céus
Porque este amor é teu
E eu já só vou amar
Que bom não acabou
A máquina acordou
02. Barco Negro
De manhã, que medo, que me achasses feia!
Acordei, tremendo, deitada na areia.
Mas logo os teus olhos disseram que não,
E o sol penetrou no meu coração!
Mas logo os teus olhos disseram que não,
E o sol penetrou no meu coração!
Vi depois, numa rocha, uma cruz,
E o teu barco negro dançava na luz.
Vi teu braço acenando, entre as velas já soltas.
Dizem as velhas da praia que não voltas:
São loucas! São loucas...
Eu sei, meu amor,
Que nem chegaste a partir,
Pois tudo em meu redor
Me diz que estás sempre comigo. [x2]
No vento que lança areia nos vidros;
Na água que canta, no fogo mortiço;
No calor do leito, nos bancos vazios;
Dentro do meu peito, estás sempre comigo!
No calor do leito, nos bancos vazios;
Dentro do meu peito, estás sempre comigo!
Eu sei, meu amor,
Que nem chegaste a partir,
Pois tudo em meu redor
Me diz que estás sempre comigo. [x4]
03. Capitão Romance
Não vou procurar quem espero,
Se o que quero é navegar.
Pelo tamanho das ondas,
Conto não voltar.
Parto rumo à primavera,
Que em meu fundo se escondeu.
Esqueço tudo do que eu sou capaz,
Hoje o mar sou eu.
Esperam-me ondas que persistem,
Nunca param de bater.
Esperam-me homens que resistem,
Antes de morrer.
Eu vi... mas não agarrei...
Eu vi... mas não agarrei...
Por querer mais que a vida,
Sou a sombra do que sou.
E ao fim não toquei em nada,
do que em mim tocou.
Parto rumo à maravilha,
Rumo à dor que houver pra vir,
Se eu encontrar uma ilha,
Paro pra sentir
E dar sentido à viagem,
Pra sentir que eu sou capaz,
Se o meu peito diz coragem,
Volto a partir em paz.
Eu vi... mas não agarrei...
Eu vi... mas não agarrei... [x3]
Mas não agarrei... [x4]
Eu não agarrei...
Mas não agarrei...
Mas não agarrei... [x2]
Eu não agarrei...
Eu não, eu não agarrei...
Eu vi...
04. Onde Tu Me Quiseres
Sem cor sem tom
Com a voz que Deus me deu
Eu sei que sou, o que sempre desejei
O canto, que canto aos quatro cantos vai
à meu, é teu, de além mar ou mais
Eu vou, eu estou
Onde tu me quiseres
Eu vou, eu estou
Onde tu me quiseres
Porque no amor nunca é demais amar!
Sem rumo, sem norte
Com o amor que Deus me deu
Irei de peito aberto
Para onde o destino me levar
O pranto que sinto
Cada vez que te canto
O amor é fruto
Do que sentes por mim
Eu vou, eu estou
Onde tu me quiseres
Eu vou, eu estou
Onde tu me quiseres
Eu vou, eu estou
Onde tu me quiseres
Porque no amor nunca é demais amar!
Eu vou, eu estou
Onde tu me quiseres
Eu vou, eu estou
Onde tu me quiseres
Porque no amor nunca é demais amar!
05. Sete Mares
Tem mil anos uma história,
De viver a navegar.
Há mil anos de memórias a contar,
Ai, cidade á beira-mar,
Ao sul.
Se os mares são só sete,
Há mais terra do que mar...
Voltarei amor com a força da maré,
Ai, cidade à beira-mar,
Ao sul.
Hoje,
Num vento do norte,
Fogo de outra sorte,
Sigo para o sul,
Sete mares. [x2]
Foram tantas as tormentas.
Que tivemos de enfrentar...
Chegarei amor na volta da maré,
Ai, troquei-te por um mar,
Ao sul.
Hoje,
Num vento do norte,
Fogo de outra sorte,
Sigo para o sul,
Sete mares. [x2]
SOLO
Hoje,
Num vento do norte,
Fogo de outra sorte,
Sigo para o sul,
Sete mares. [x2]
06. Bem-vindo Ao Passado
Já morri a morte certa,
Já senti a fome, aperta dor.
Já bati à porta incerta,
Viajei de caixa aberta, dor
Pecado, fundido, queimado.
Pecado, bem-vindo ao passado.
Já desci lá embaixo ao fundo,
Já falei com outro mundo e então...
Já passei o limbo limpo,
Já subi ao purgatório e vou...
Zangado, bem-vindo ao passado.
Pecado, fundido, queimado.
Pecado, bem-vindo ao passado.
Pecado, arrependido, queimado.
Zangado, bem-vindo ao passado.
07. Estrela da Tarde
Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram
Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
à por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto.
Meu amor, meu amor eu não tenho a certeza
08. Foram Cardos, Foram Prosas
Há luz sem lume aceso,
Mas sem amar o calor.
à flor de um fogo preso,
à luz do meu claro amor.
Há madressilvas aos pés,
E águas lavam o rosto,
Dedos que tens em resvés,
Oh, meu amante deposto.
Será sempre a subir
Ao cimo de ti
Só pra te sentir.
Será no alto de mim
Que um corpo só
Exalta o seu fim...
Não foram poemas nem rosas,
Que colheste do meu colo,
Foram cardos, foram prosas,
Arrancadas do meu solo.
Será sempre a subir
Ao cimo de ti
Só para te sentir.
Será no alto de mim
Que um corpo só,
Exalta o seu fim... [x2]
09. Rosa Sangue
Ninguém te vai parar, perguntar...
Fazer saber... Porquê?
Vais ter de te oferecer,
E entender, o que fará viver?
Vê, não basta ir, voar, seguir,
O cerco ao fim,
Aperta, trai, morde, engana a sorte, cai,
Não lembra de ti...
à só o amor desfeito,
Rosa sangue ao peito,
Lágrima que deito,
Sem voltar atrás!
Cresce e contamina
Tolhe a luz à vida,
Que afinal ensina, quebra,
Dobra a dor e entrega amor sincero.
Honra tanto esmero, cala o desespero,
à simples, tudo o que é da vida herdou sentido,
Tem-te se for tido, sabe ser vivido,
Fala-te ao ouvido e nasces tu...
Ninguém te vai parar, perguntar...
Fazer saber... Porquê?
Por isso vê, não basta ir, voar, seguir,
O cerco ao fim,
Aperta, trai, morde, engana a sorte, cai,
Não lembra de ti...
à só o amor desfeito,
Rosa sangue ao peito,
Lágrima que deito,
Sem voltar atrás!
Cresce e contamina
Tolhe a luz à vida,
Que afinal ensina, quebra,
Dobra a dor e entrega amor sincero.
Honra tanto esmero, cala o desespero,
à simples, tudo o que é da vida herdou sentido,
Tem-te se for tido, sabe ser vivido,
Fala-te ao ouvido e nasces tu...
10. Amanhecer
Ãs sete toca o alarme.
Um milhão de almas.
Uma manhã sem charme.
E a cidade corropia em contra via,
Trás de novo a dança.
Da ausência, a pôr descrença tensa,
Em quem só faz, nunca descansa.
Como é possÃvel, seguir-mos santos?
Colher deveres em solo de encantos.
Se a cidade por magia abraça o rio
E quer ser esperança.
Se há um raio de luz que vence
Intenso, e aquece a voz de uma criança.
Mais uma vez, vou ficar contigo,
Amanhecer, cumprir meus sonhos
Dar-te a escolher, vaguear sem trilho.
Chamar por ti!
Mais uma vez, vou ficar contigo,
Adormecer, ouvir teus sonhos,
Ser quem quiser, partilhar o teu brilho,
E amanhecer...
...
Mais uma vez, vou ficar contigo,
Amanhecer, cumprir meus sonhos
Dar-te a escolher, vaguear sem trilho.
Chamar por ti!
Mais uma vez, vou ficar contigo,
Adormecer, ouvir teus sonhos,
Ser quem quiser, partilhar o teu brilho,
E amanhecer...